Barra de Camaratuba, Paraíba
O local é quase selvagem e cercado de natureza exuberante de Mata, com praias desertas, lagoas e áreas de proteção ecológica
Um paraíso natural no litoral Norte da Paraíba
Barra de Camaratuba é distrito de Mataraca, que está a margem direita do Rio Guaju, no centro da região de fronteira, a aproximadamente 100 quilômetros de João Pessoa e a 115 de Natal. A região fica bem no meio do percurso entre João Pessoa, na Paraíba, e Natal, no Rio Grande do Norte. O local é quase selvagem e cercado de natureza exuberante com vasta área de Mata Atlântica, com praias desertas, lagoas e áreas de proteção ecológica, além de fauna e flora ricas.
O lugar oferece ao turista experiências imersivas na natureza. Aqui vamos dar dicas de um roteiro que fizemos com a ajuda de Bruno Azevedo, da KCP receptivo, que descobriu o lugar há alguns anos e deixou tudo que tinha pra morar e trabalhar em Barra de Camaratuba.
A localidade fica entre duas grandes reservas ecológicas. Bruno, nos apresenta um trajeto o qual passamos por uma enorme área de dunas e um grande conjunto de 73 torres eólicas que aproveitam os constantes ventos que sopram o ano inteiro na região.
A paisagem de praia deserta traz um sentimento de paz e liberdade que encanta o turista a cada quilômetro. Esse trajeto é em direção à foz do rio Guaju e somados chegam a 8 quilômetros.
Ali bem próximo, está a Lagoa do Amor. O lugar é bastante calmo e a água é quente e transparente, extremamente limpa. Do outro lado, outras formações entre pequenas dunas onde o turista aproveita um banho silencioso. O ambiente é inexplorado e o banho acontece entre o lodo natural da água, de cor esverdeada. Pode-se ver com maior clareza, no vídeo da reportagem Barra de Camaratuba.
Depois do banho relaxante, voltamos à rota. Nosso próximo destino é o Rio Guaju, que divide os estados da Paraíba e Rio Grande do Norte. Todos os trilheiros que visitam o ponto, param pra apreciar a paisagem e experimentar os espetinhos de lagosta da dona mocinha. Ela diz que foram os trilheiros que ajudaram a alavancar o comércio dela. A empreendedora também oferece outras iguarias que agradam o paladar de quem visita o lugar. Ao lado do empreendimento da dona mocinha, tem uma tirolesa de 8 metros de altura que acaba no rio. O brinquedo é administrado por moradores do lugar e oferece uma visão diferenciada do rio ao visitante. Ao fim da aventura, os barqueiros vão pegar o turista que caiu na água e levam para a margem.
Quem preferir e está próximo ao rio, pode aproveitar o passeio de jangada pelo manguezal. São 30 minutos de passeio que atravessa o espaço de preservação natural, no qual, o visitante conhece um pouco do bioma local e vê os caranguejos entre as raízes aéreas. Alguns condutores levam os turistas para a margem do mangue e oferecem a experiência de catar o caranguejo. Mas em seguida, eles são devolvidos ao mangue.
O roteiro segue com a experiência de flutuação pelo rio. Ela acontece quando o mar está enchendo ou secando. Portanto, é um passeio que é realizado em sociedade com a natureza, por isso é bom contatar o guia antes pra saber dos horários da maré. Ao chegar no horário certo, ingressamos na água com um macarrão de espuma e no exato momento em que a maré começa a subir. A correnteza é nos leva. Nesse momento, não fazemos absolutamente nada, apenas sentimos a natureza em seu estado de imponência.
A uma certa altura, Bruno nos encaminha em direção a saída do rio aberto e entramos por uma área de manguezal. Nela, vemos e sentimos tudo de perto. Entre raízes aéreas, a correnteza vai nos convidando a entrar nessa grande casa natural. Observamos pássaros, caranguejos e toda a mata natural tão perto. Um cenário surpreendente: o homem totalmente imerso e conectado num lugar tão rico.
Na saída do rio, entramos na comunidade (a população nativa não passa dos mil habitantes). Nela, o turista tem contato direto com a cultura local. Um grupo de mulheres artesãs e comerciantes do setor turístico nos recepcionam nessa base de desenvolvimento e resgate da cultura local.
No lugar foi erguida essa casa de farinha centenária com o objetivo de divulgar entre os visitantes o uso das máquinas e todo o processo de fabricação artesanal da farinha de mandioca em três gerações diferentes.
Daqui, o visitante segue para uma área seca do mangue. Por meio do trabalho de uma ONG local, ele recebe instruções a respeito da importância de preservação da área de mangue e da espécie do caranguejo Uçá, tão comum na região.
Em função da abundância dos ventos, praticantes de kitesurfe tem descoberto nas praias de Barra de Camaratuba um local propício para a prática desse esporte. Dunas, praias de águas quentinhas e limpas, rios, enorme estuário onde os visitantes podem conferir abundante fauna, com centenas de aves, centenas de jacarés do papo amarelo, ariranhas, peixe boi e tartarugas marinhas.
Experiências como esta são narradas como fantásticas por outros visitantes. De tantas que já vivemos dentro e fora do país, o Jornalismo de Viagem, diz sem dúvidas, que foi a mais imersa na natureza. O dia termina com as energias renovadas e prontos para retornarmos às nossas rotinas urbanas. Um lugar que vale a pena conhecer.
Matéria/Crédito:
Vídeo: Jornalismo de Viagem
Texto: Laíz Silveira
Fotos: Lucas Lopes
Contatos:
www.kcphostel.com.br
www.kcpreceptivo.com.br